HUDSON
CUNHA
Uma
das questões centrais da Reforma Política, que, inclusive, rachou vários partidos
no Congresso Nacional , quando de sua votação, na preliminar da Reforma
Política, foram as listas pré-ordenadas,
escolhidas em prévias partidárias, por voto secreto, e precedidas de debates democráticos.
Estas
listas assegurarão um quadro eleitoral mais ideológico, cuja visão política da
legenda e programática será mais destacada
do que as candidaturas personalísticas em si. E, ainda, é uma proposta que
tende a fortalecer os partidos políticos na cena política, superando até o
quadro que permite até a análise mais superficial dizer que “temos partidos de
mentirinha”.
Logicamente,
que tal proposta não é simples acatamento a listas de cúpulas partidárias, mas
- como proposto - as listas devem
decorrer de prévias democráticas, com voto secreto, nos partidos políticos onde se abrirá
oportunidades de representativamente serem escolhidos os nomes que comporão as
listas partidárias. É uma sistemática que fortalecerá a democracia e a estruturas partidárias, e,
inclusive, dará um poder maior de
decisão aos militantes partidários.
É certo que com a nova sistemática se adotará
um fortalecimento dos partidos políticos, da relação destes com os eleitores e,
ainda, a questão partidária e programática
estará mais na ordem do dia das eleições que se realizarem.
Tal
forma democrática de escolha, certamente, contribuirá para uma relação mais
sadia dos eleitores com o legislativo do qual exigirão mais o cumprimento programático
do que a simples presença de parlamentares em sessões.
Mas,
hoje, não encontramos tal sistemática,
pelo contrário, adota-se a lista aberta, em que o voto ocorre em personalismos
e não em propostas políticas e nem em legenda política Fontana alerta que o
sistema atual é tão tênue a ligação do eleitor com a disputa de idéias e fraca
a adesão a programas políticos, que – até - com as próprias pessoas dos candidatos que
80% dos eleitores esquecem em poucos meses em que votaram. E que a sistemática atual
reflete na própria relação popular de “distanciamento com o Legislativo, já que
ele não se reconhece ali, enxergando os políticos longe dos interesses reais da
população”.
Na lista
pré-ordenada, também, na seqüência será assegurado a exigência de que em cada três
candidato do gênero diferente, ou seja, dois homens e uma mulher; ou duas
mulheres e um homem, o que democratiza mais o processo político onde hoje na
Câmara dos Deputados nem ___10% são mulheres. E corrige uma distorção, como
disse o Presidente do PT, Rui Falcão, “corrigindo uma grave distorção:
elas são maioria na sociedade, mas têm presença ainda irrisória na política.
Os
argumentos contrários a existência das listas pré-ordenadas, democraticamente
definidas, não são consistentes, Afirmam
que assim estaria quebrando a liberdade de o eleitor votar em quem quer, que a
lista em partidos políticos é impessoal, e que as questões programáticas tornariam
as campanhas eleitorais mais disputadas.
. Os partidos políticos não mais fariam, também, as coligações, nas quais comumente o eleitor vota no candidato de um partido e elege o de outro.
. Os partidos políticos não mais fariam, também, as coligações, nas quais comumente o eleitor vota no candidato de um partido e elege o de outro.
Hoje, os
partidos políticos já fazem uma lista pré-ordenada aberta, quando, por suas
convenções, escolhem aqueles que serão candidatos, os quais – muitas vezes - fazem
campanhas milionárias, sem compromissos programáticos. Afirmar que hoje é mais
democrático não é uma verdade, pois além de não haver critérios seguros, as
listas abertas podem ser definidas arbitrariamente por cúpulas partidárias.
O que com a proposta irá mais fundo, pois se
pretende a obtenção de listas pré-ordenadas democraticamente definidas no calor
dos debates e do escrutínio secreto. E
que será apresentada com o programa partidário.
Ora,
justamente o que se pretende é dar ao eleitor oportunidade de debater a política em alto
nível, e, quanto mais elevado o debate político mais este se volta para a
questão programática, para a disputa eleitoral sadia, onde por mais que seja contraditórias
as proposta no confronto entre elas é que o eleitor terá condições de votar em
alternativas democrática para a realidade local e brasileira.
Portanto,
após uma reflexão sincera, optei por defender a lista pré-ordenada, programática
e democraticamente definida, no seio dos partidos políticos a serem submetidas
ao veredito popular.